Preservar ao atribuir um novo lugar

Encontrei nestas peças uma maneira de partilhar com a minha avó algo que fosse nosso. Feito pelas duas. Porque de alguma maneira, me faz sentir que, já não estando aqui, permanece comigo.

A minha avó criava muitas coisas diferentes com as suas mãos. Sabia várias técnicas de bordado, pintura, costura, desenho. Passou à filha e às netas a vontade e necessidade de criar com as mãos, isso é indiscutível.

Deixou-nos muita coisa. Deixou muita coisa a muita gente. Gostava de fazer para oferecer. E foi isso que quis fazer também neste Natal, porque sei que ela o faria se pudesse.

Estas peças são feitas a partir das rendas que a minha avó tinha em sua casa. Algumas feitas por ela, outras que herdou de pessoas de quem gostava muito e, não tendo coragem para se desfazer delas, guardou-as. Eu encontrei-as e atribuí-lhes um lugar novo, preservando-as em peças de cerâmica.

Quando comecei, a intenção era oferecer aos mais próximos no primeiro Natal em que não teremos a sua companhia. Sei que vamos todos sentir a sua falta. Mas quis ir um pouco mais longe, para que também outras pessoas possam oferecer aos seus mais próximos.

E assim, talvez desta forma, em cada peça, a mensagem de perseverança que tanto caracterizava a minha avó e que parece cada vez mais escassa, chegue a outros lugares onde possa ser eternizada, preservando a sua herança.

MARÉ E JARDIM, AS PRIMEIRAS PEÇAS

A nome das colecção surge pela história de cada renda.

A MARÉ provém duma renda feita a partir das linhas utilizadas pera coser as velas dos barcos. Os meus avós velejavam e é provável que a minha avó tenha bordado esta renda num dia de vela.

A colecção JARDIM tem este nome porque o pedaço de renda que usei, pertencia provavelmente a uma peça maior com várias flores, que terá sido bordada por uma senhora, que já não conheci, mas de quem a minha avó falava muito, a avó Rota.

Conheça as colecções de lançamento

Desenhadas para sere oferecidas aos mais próximos este Natal.

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